COLUNA DO ALEXANDRE

O Brasil no ECO CHALLENGE

O Eco Challenge é considerada a principal difícil Corrida de Aventura existente. É realizada anualmente, em lugares exóticos, inexplorados e primitivos, como as selvas da Malásia (Sabah, 2000) e reúne as melhores equipes da modalidade. A edição de 2002 será realizada nas Ilhas Fiji, no Pacífico Sul e contará com a participação de 03 equipes brasileiras: EMA BRASIL, AXN Atenah Brasil e Canon Quasar Lontra.

O arquipélago de Fiji é formado por nove ilhas maiores e cerca de mais de 300 ilhotas e atóis de origem vulcânica, dos quais apenas um terço é habitado. O relevo é montanhoso e o clima é tropical, ficando o país sujeito a tempestades e devastações periódicas em virtude da passagem de tornados por seu território. Os participantes, agrupados em equipes mistas formadas por 04 competidores, deverão percorrer, aproximadamente, 500km praticando trekking, mountain biking, técnicas verticais, canoagem em caiaques infláveis, caiaques oceânicos duplos, pack raft (botes infláveis individuais) e natação, sempre se orientando através de mapas e bússola.

O Brasil será representado por 12 competidores: eu, Carmen Silva, Eduardo Coelho e José Roberto Pupo (equipe EMA BRASIL); Eleonora Audrá, Eduardo Sarhan, Karina Bacha e Silvia Guimarães (equipe AXN ATENAH BRASIL); Fabrizio Giovannini, Marina Verdini, Rafael Reyes e Victor Lopes Teixeira (equipe CANON QUASAR LONTRA). Por ser uma competição extremamente difícil e extenuante, a tendência natural é que os brasileiros se ajudem mutuamente, esquecendo a competição interna.

As equipes brasileiras têm objetivos individuais diferentes, mas todas visam divulgar o nome do Brasil no exterior. A equipe EMA BRASIL participará pela segunda vez do Eco Challenge. Esta será, também, a sétima participação da equipe em competições internacionais, tendo alcançado o 8o lugar no Raid Gauloises 2002, ocorrido em maio no Vietnã, resultado mais expressivo de brasileiros em competições internacionais fora do Brasil. Os objetivos da EMA BRASIL são, além de representar o país, completar o percurso e divulgar a corrida de aventura brasileira no exterior. Para tanto, conta com o patrocínio da Sociedade Brasileira de Corridas de Aventura, organizadora da EMA – Expedição Mata Atlântica, a maior corrida de aventura da América Latina. A formação atual da equipe privilegiará as etapas aquáticas, visto que os atletas são exímios e experientes remadores / canoístas.

A equipe AXN ATENAH BRASIL prepara-se para a sua segunda participação no Eco Challenge. Na edição 2001, realizada na Nova Zelândia, a equipe garantiu o 38o lugar, dentre as 55 equipes que completaram o percurso. O objetivo da equipe é completar o percurso e alcançar uma boa colocação, ou seja, chegar entre as 20 melhores. Os pontos fortes, segundo a atleta Karina Bacha, são o mountain biking, a união e a experiência em provas internacionais. A equipe embarcará para Fiji para treinar o uso do kite, espécie de vela, importante para as etapas de canoagem, que representarão grande parte do percurso da edição 2001.

A equipe CANON QUASAR LONTRA, atual líder do Circuito Brasileiro de Corridas de Aventura, tem por objetivo chegar entre as 10 primeiras e, para isso, conta com a união, a força e homogeneidade da equipe, que treina diariamente há mais de 1 ano. O retrospecto da equipe é positivo: por 03 vezes consecutivas, conquistou o segundo lugar na EMA – Expedição Mata Atlântica (99/00/01), além do título do Circuito Brasileiro em 2001 e em diversas outras provas. O Eco Challenge 2002 é maior desafio para a equipe, e a grande chance de mostrar a capacidade dos brasileiros para o resto do mundo.

Os atletas brasileiros não têm tanta tradição nos esportes aquáticos como os de outros países, mas pretendem compensar isso com a união e bom humor, fundamentais em uma competição longa e difícil como o Eco Challenge. As dificuldades que as equipes encontrarão em Fiji serão enormes, mas os brasileiros têm condições de garantir uma boa colocação. Independente do resultado de qualquer uma das equipes, os brasileiros já podem sentir-se vitoriosos por fazerem parte da elite mundial do esporte

Coluna publicada em 19/setembro/02, na website www.360graus.com.br

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