COLUNA DO ALEXANDRE

Amazônia: Dificuldades e Encantos

A EMA 2001 AMAZÔNIA acontecerá em menos de um mês. A expectativa de todos, competidores, imprensa, organização e interessados no esporte é muito grande e a Sociedade Brasileira de Corridas de Aventura está finalizando os preparativos para este que será o maior evento outdoor da América Latina.

A extensão (550km), as modalidades e o lugar onde se desenvolverá (Pólo Tapajós) serão grandes desafios a serem enfrentados pelas mais de 50 equipes competidoras.

A Amazônia é formada por diversos ecossistemas interagindo em equilíbrio, composta por florestas tropicais, cerrados, campinas, matas de cipó, matas secas, igapós, manguezais, matas de várzeas, cerrados, campos de terras firmes, campos de várzeas e matas de bambu. Graças a essa diversidade vegetal, a fauna também é riquíssima, e pode-se encontrar espécies tão encantadoras quanto perigosas. Os competidores da EMA Amazônia poderão se deparar com a queixada e o cateto, espécies de porcos selvagens bastante barulhentos, que vivem em bandos e são bastante briguentos. Para não ter problemas com eles, basta subir em alguma árvore ao escutar seu barulho, que é ensurdecedor e assustador. Nas etapas em águas, as arraias poderão ser sua companhia. Macacos, onças, tamanduás, golfinhos e cobras podem cruzar a qualquer momento o seu caminho. Entretanto, deve-se tomar cuidado com as piranhas e com os pequenos animais, como os escorpiões, aranhas e formigas, principalmente a formiga tucandeira (ou tocandira), cuja picada provoca calafrios e alucinações que chegam a durar mais de 24 horas.

O clima da região é bastante úmido, com temperatura média de 24ºC, variando muito pouco. Frente à alta umidade e temperatura, os atletas deverão escolher com sabedoria os alimentos que devem levar: Sem equipe de apoio, eles ficarão em caixas e podem deteriorar-se. Além da preocupação com a comida, devem pensar em seu próprio corpo, submetido a extenuantes atividades em uma verdadeira estufa: a hidratação será importantíssima.

Os mosquitos, que proliferam graças à umidade, também devem ser levados em conta – um bom repelente (equipamento obrigatório) deverá ser o melhor amigo do corredor. Tomando cuidado com esses insetos, pode-se prevenir as principais doenças endêmicas da região.

Todos esses detalhes, aliados às dificuldades das modalidades, tornarão a EMA 2001 Amazônia única e extenuante, exigindo muito mentalmente e fisicamente dos competidores, provando, mais uma vez, que uma corrida de aventura vai muito além do esforço físico, e que uma boa estratégia é vital.

Coluna publicada em 12/novembro/01, na website www.360graus.com.br

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